Dalva da Luz de Castro (55) se
prepara para deixar a praia de Jericoacoara, no Litoral Oeste cearense. A
enfermeira, que veio de São Paulo, passou uma semana desfrutando, ao lado da
família, das belezas naturais de um dos destinos turísticos mais procurados por
brasileiros e estrangeiros. Ao todo, a família de quatro membros desembolsou R$
120 de estada, devido a cobrança da Taxa de Turismo Sustentável (TTS), que
passou a vigorar em setembro do ano passado.
De acordo com a enfermeira,
"é um dinheiro que, se bem aplicado, pode beneficiar a todos. Eu me
encantei com a natureza daqui. Só conhecia por fotos, filmagens e a opinião de
amigos. Foram as melhores férias. E como estávamos focados em nos divertir, não
observamos qualquer descaso com questões ambientais. Vi que o serviço de
limpeza pública funciona, inclusive, existe uma usina de reciclagem, coisa
difícil de observar em outros pontos turísticos no País. Espero que eu e minha
família estejamos contribuindo, de alguma forma, para melhorias desse
paraíso".
De acordo com Alex de Sousa
Freitas, coordenador de controle da TTS, a cobrança do tributo tem garantido
mais segurança no trânsito de pessoas dentro da Vila de Jericoacoara.
"A instalação do
aeroporto mudou muito o volume de turistas em Jeri. O bom é que todos têm que
se identificar para ter acesso, o que não acontecia antes. Com esse controle,
sabemos quem é trabalhador e morador, que são isentos da taxa, e o turista. As
formas de pagamento são variadas, por meio da internet, no guichê de turismo em
Jijoca, ou aqui mesmo, na entrada da Vila. Nós aguardamos a utilização
consciente dos recursos para a criação de banheiros públicos, a revitalização
do Centro de Artesanato, além de outros serviços importantes", adianta.
Além de trabalhadores da Vila
e moradores, estão isentos da cobrança, portadores de deficiência, mediante
apresentação de laudo médico e documento oficial com foto; idosos, acima de 60
anos; e crianças, até 12 anos de idade''.
De acordo com uma Carta de
Compromisso, com cerca de 12 itens, assinada por representantes do Poder
Público Municipal, do empresariado local e de membros do Conselho Comunitário
da Vila de Jericoacoara, todo o valor arrecadado deverá ser investido na
própria Vila (70%), e demais necessidades do Município (30%).
Segundo Ricardo Gusso Wagner,
secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Jijoca, "alguns
serviços já foram realizados por meio da taxa, quando tínhamos em caixa cerca
de R$ 1. 180 mil, como por exemplo, a limpeza pública da Vila, a revitalização
e instalação de novos banheiros públicos, além da reestruturação da usina de
reciclagem", disse.
Comissão
Após diversas reuniões com
representações locais, ficou acertado que o uso do dinheiro será definido pela
recém criada Comissão Gestora da Taxa de Turismo Sustentável (Comgetur),
formada por 14 entidades, entre elas, ICMBio, Município, Sema, o Conselho
Comunitário da Vila e o empresariado local.
A Comgetur está em fase de
estruturação, com a criação de seu estatuto e a escolha de sua diretoria,
programados para esta quarta-feira (28), assim como as primeiras deliberações
da nova Comissão, quanto ao uso do dinheiro arrecadado. Cerca de R$ 350 mil já
estão orçados para a execução dos projetos iniciais.
Ainda segundo Ricardo Gusso
Wagner, "uma das prioridades é a estruturação da estrada que liga a Lagoa
Grande, localizada na sede de Jijoca, até a Vila, que se encontra interditada,
por conta das péssimas condições.
(Diário do Nordeste)
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