Desde o começo de 2017, ao
menos um trabalhador brasileiro morreu a cada quatro horas e meia, vítima de
acidente de trabalho. O dado é do Observatório Digital de Saúde e Segurança do
Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e cujos resultados atualizados foram
apresentados hoje (5).
Com base em informações disponibilizadas por vários órgãos públicos, o
observatório estima que, entre o começo do ano passado e as 14h de hoje, foram
registradas 675.025 comunicações por acidentes de trabalho (CATs) e notificadas
2.351 mortes.
Ainda de acordo com o observatório, entre 2012 e 2017, a Previdência
Social gastou mais de R$ 26,2 bilhões com o pagamento de auxílios-doença,
aposentadorias por invalidez, auxílios-acidente e pensões por morte de
trabalhadores. Além disso, com base em cálculos da OIT, o procurador do
trabalho e co-coordenador do laboratório de gestão (SmartLab de Trabalho
Decente), Luís Fabiano de Assis, afirma que o país perde, anualmente, 4% do seu
Produto Interno Bruto (PIB) com gastos decorrentes de “práticas pobres em
segurança do trabalho”.
Segundo Assis, no ano passado, estas perdas gerais à economia com
acidentes de trabalho foram equivalentes a cerca de R$ 264 bilhões. Para os
procuradores do trabalho, os números “alarmantes” são apenas a “ponta do
iceberg”, não representando a real dimensão do problema. Assis ainda acrescenta
que as notificações não vem caindo. “Quando analisamos o número de
[trabalhadores] expostos [ao risco de acidente], o número de contratos de
trabalho existentes, o número de acidentes não caiu em comparação a 2016. Ele
se manteve estável”.
Setores
Setorialmente, as notificações de acidente de trabalho foram mais
frequentes no ramo hospitalar e de atenção à saúde, público e privado, onde
foram registradas 10% das CATs. Na sqeuência aparecem o comércio varejista
(3,5%); a administração pública (2,6%); Correios (2,5%) e a construção (2,4%),
seguido pelo transporte rodoviário de cargas (2,4%). Entre os profissionais
mais vitimados estão os que trabalham em linhas de produção; os técnicos de
enfermagem; faxineiros; serventes de obras e motoristas de caminhões. Quem
trabalha em contato com máquinas e equipamentos tem mais chances de se
acidentar e de sofrer ferimentos mais graves.
(Agência Brasil)
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