"Talvez estivesse escrito nas
linhas estranhas da vida sobre um grande encontro que teria; afinal, cheguei a
Camocim numa noite em que, depois do espetáculo no Circo, fui sentar-me à beira
do Coreaú - que deve ser íntimo para os Camocinenses - mas assim não o foi para
mim. Ele estava prateado e crispado, o que me soou com sua forma vigorosa de
boas-vindas, forma entusiasmada, viva. Por sobre a visão que tinha, um trio
pé-de-serra revestiu de significado a paisagem,
como um postal musicado da cidade. Por ali, além, fiz amigos, porque bem sei
que não preciso de anos, dias para tal; quando Deus quer e oferece, a amizade
nos achega pronta e inevitável, e foi assim. Além do Coreaú, com quem já tinha,
de pronto, apanhado amizade, foram outros tantos cearenses-camocinenses que
tornaram, de feito, a minha estada em festa. Como também acredito nas coisas
invisíveis e intangíveis, além dos encontros que se seguiam gostosamente, houve
- como as Paixões da Alma poderiam perfeitamente confirmar - um eco no meu
corpo daquilo que Descartes sugere como reação às horas de alegria: faz
ruborizar, nos torna mais vivos e vermelhos porque, abrindo as comportas do
coração, o sangue corre mais depressa expandindo as veias e que, tornando-se
mais quente e sutil, infla moderadamente o rosto, o que nos dá um ar mais
risonho e feliz. Fui, assim, reflexo da alegria com que fui recebido em cada
canto da cidade, cada casa, cada gente, cada aceno… A Iha do Amor é testemunha;
afinal, me emprestou seu nome para expressar o que, hoje, sinto por Camocim:
AMOR!"
Alexandre Barillari de
Almeida
André Martins/Foto reprodução
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