Um dos mais importantes
setores da economia cearense, a indústria calçadista vem sofrendo nos últimos
anos tanto pelo enfraquecimento do mercado interno como pela concorrência cada
vez mais forte no mercado internacional. Maior exportador de pares de calçados
do Brasil, o Ceará viu o volume das exportações cair 34,3%, de 2010 a 2018.
Nesse período, o valor das exportações passou de US$ 403,2 milhões para US$
264,5 milhões, pior resultado observado desde 2006 (US$ 237,3 milhões).
O setor esperava uma recuperação no início deste ano, o que não se
concretizou, e os resultados ficaram abaixo da expectativa. A Grendene, maior
fabricante de calçados do Brasil, com unidades fabris em Fortaleza, Crato e
Sobral (a maior planta da empresa no País), classificou como
"péssimo" o início do ano, anunciando a queda de 29,5% da produção em
relatório de resultados do primeiro trimestre.
"A queda ocorreu tanto no mercado interno (26,6%), quanto no mercado
externo (37,0%)", disse a empresa em comunicado de 25 de abril.
"Desde outubro do ano passado, houve uma leve recuperação, mas o
mercado ainda está muito fraco", diz Heitor Klein, presidente-executivo da
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). "Hoje, o
câmbio ainda está ajudando um pouco nas exportações, mas o primeiro trimestre
não foi tão forte ante o do ano passado".
De janeiro a março, a produção de calçados no Ceará caiu 2,6%. No
Nordeste, a retração foi de 3,4% e no País também 2,6%, segundo a pesquisa
industrial mensal de produção física do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Empregos
Setor que mais emprega no
Estado, a queda da produção da indústria calçadista acende um sinal de alerta
no mercado de trabalho, principalmente nos polos produtores do interior.
"A Grendene, que é a maior empregadora do Ceará depois do Governo do Estado,
tem uma contribuição muito grande em polos como o de Sobral. E a crise que está
se alongando muito. Estão todos esperando uma relação de confiança maior",
diz Macedo.
Mesmo sem perder participação
na produção nacional, os impactos já são sentidos na geração de empregos. No
primeiro trimestre, o setor, que emprega cerca de 55 mil pessoas no Ceará,
perdeu 1,7% das vagas ante igual período de 2018. No Brasil, onde o setor gera
285 mil vagas, a queda foi de 3,7%, segundo o Cadastro de Empregados e
Desempregados (Caged).
Mercado produtor
Considerando o número de
pares, o Ceará é o principal produtor do Brasil, com 27,4% de participação,
seguido pelo Rio Grande do Sul (20,1%) e Paraíba (15,8%).
Maior fabricante de calçados
do Brasil, com unidades fabris em Fortaleza, Crato e Sobral, a Grendene
classificou como "péssimo" o início do ano, tanto no mercado interno
quanto externo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário