Reproduzo matéria completa veiculada no Diário do Nordeste, na edição desta quarta-feira, 16.
O cenário é conhecido no
Ceará: necessidade de equacionar a demanda por água e as alternativas de
abastecimento diante da escassez hídrica. O que fazer? Transportar águas de um
rio de grande vazão para abastecer áreas urbanas, é uma das respostas. Mas, a proposta,
que já é conhecida e usada, foi incrementada por pesquisadores da Universidade
Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A
ideia defendida pelo grupo, é que essa transposição ocorra por meio de
tubulação subaquática, movida por energia eólica. A projeção do grupo é que
assim as águas do Rio Parnaíba, no Piauí, podem viajar 400 km e garantir o
abastecimento de Fortaleza.
A ideia é que água potável da
foz do Rio Parnaíba seja captada e conduzida para Fortaleza por um duto abaixo
do nível do mar, seguindo a rota do litoral. Uma das diferenças dessa ideia
para as chamadas aduções terrestres, já conhecidas - transposição do Rio São
Francisco e a do Açude Castanhão - , além do caminho percorrido pela água, é
que a energia para transportar o recurso seria fornecida por turbinas eólicas
no mar, explica um dos pesquisadores, professor do Departamento de Engenharia
Agrícola da UFC, Daniel Albiero. Segundo o professor, essa forma de transporte,
evitaria um dos grandes gargalos das aduções terrestres: a evaporação.
Outro diferencial, explica
ele, é o custo para a operação do transporte das águas. "No transporte de
água, você não tem sempre a gravidade ajudando. Tem que ter as estações de
bombeamento que chega a dar 60% do custo operacional de um sistema de
transporte de água", reforça.
Na adução subaquática,
conforme a pesquisa apresentada pelos professores, não haveria nenhum custo energético,
pois a energia necessária para impulsionar o fluxo das águas seria gerada pelo
vento. "Usaria a energia do vento em alto mar. Seria adequada para
transportar essa água, pois o sistema estará no mesmo nível".
A estimativa é que a energia
necessária para vencer a resistência da tubulação seria oriunda de uma pequena
estação eólica afastada da costa, localizada entre os municípios de Parnaíba
(PI) e Camocim (CE).
A viabilidade da proposta foi
avaliada e divulgada em um artigo científico em na revista internacional Water,
este ano. O estudo aponta um custo estimado de US$ 250 milhões para a projeto.
A tubulação subaquática, segundo Daniel, seria instalada a uma distância de 2 a
3 km mar adentro. Com uma profundidade de 20 a 25 metros, com escoras fincadas
no fundo do mar. "Para localizar os tubos submarinos, escolhemos um
caminho que otimizasse o consumo de materiais e, ao mesmo tempo, possibilitasse
a conformação adequada do litoral entre a foz do rio e o ponto de entrega na
metrópole", argumentam os pesquisadores.
Escolha
Daniel explica ainda que três
fatores influenciaram a escolha do Rio Parnaíba nessa proposta de alternativa
de abastecimento: a vazão média do rio, que é de 763 m³/s, suficiente para
suprir as necessidades da capital cearense, a qualidade da água - própria para
consumo e a proximidade do rio com Fortaleza. "O Rio Parnaíba já é
utilizado para abastecimento. Pode até ter algumas partes poluídas, mas na foz
ele não é", reforça o pesquisador.
O professor defende que esse
tipo de adutora, embora seja novidade no Brasil, não é "fora do
comum" e já conta com experiências bem sucedidas em outras partes do
mundo. No artigo, os pesquisadores dizem que recentemente, "a construção
de um oleoduto submarino de 80 km de profundidade, de 8.000 metros de profundidade
no Mediterrâneo, para transferir água da Turquia, para a estação de bombeamento
de Güzelyali, no norte de Chipre, tornou as capturas subaquáticas uma opção
realista para o consumo transfronteiriço". Além da transposição de para
Fortaleza, a pesquisa analisou a viabilidade de adução subaquáticas do Rio
Huanghe para a cidade de Dalian, na China, e do Rio Nilo, no Egito, para Tel
Aviv/Gaza, em Israel e na Palestina.
Contudo, o professor ressalta
que no território latino-americano essa proposição é inovadora "No Brasil
não existe nada parecido com isso. De trazer água do mar movimentado por
energias, essa ideia de adução subaquáticas movidas por eólicas".
Questionado se após a
divulgação da pesquisa, houve algum contato com representante do poder público
para sugestão do projeto no Ceará, Daniel informou que não. Desde abril deste
ano, o Decreto 9.335/2018, estabeleceu que a bacia hidrográfica do Rio Parnaíba
- que possui áreas do Piauí, Maranhão e Ceará - passou a contar com um comitê
de bacia. O colegiado tem, dentre as funções, estabelecer mecanismos de
cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados.
Diário do Nordeste/Foto Reprodução
OBRAS FARAONICAS .QD A TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO. ÁGUA O CEARÁ TEM , BASTA OS GOVERNANTES TOMAREM VERGONHA NA CARA E ARMAZENAR LAS CORRETAMENTE ( ACUDES). BOLSONARO VEM AI PARA RESOLVER O PROBLEMA DOS BICHIM. ROMEU DE AÇÚCAR ALRIGUELE , O NOVO LÍDER DA REGIÃO NORTE. ESSAS OBRAS FARAONICAS, RENDERAM MUITA PROPINA AS FACÇÕES POLÍTICAS CRIMINOSAS. A FEDERAL ESTÁ DE OLHO.
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